terça-feira, 14 de junho de 2011

POEMETOS EM QUE ME METO 2

POEMA PARA EX(ILAR)

Come tua pipoca
E segue teu caminho
Nossos olhares
Não mais se cruzarão,
Nem nossas seivas.
Segue teu caminho
Que eu sigo o meu.
Quem se fudeu?
Quem foi o mais fodido?
Eu de quatro, no teu falo?
Ou tu montado AQUI
No meu lombo?
Segue teu caminho,
Que agora eu sigo o meu
Mas não esqueço nosso beijo,
Aquele,
O primeiro,
Aquilo que um dia foi,
Num dia bem azul,
O nosso desejo.

Um comentário:

  1. Caso ouses recusar meu próximo convite para fugirmos para o México ou para as ribeiras do Acaraú, lê e pondera na sabedoria desse português de antanho:

    Deslumbramentos

    Milady, é perigoso contemplá-la
    Quando passa aromática e normal,
    Com seu tipo tão nobre e tão de sala,
    Com seus gestos de neve e de metal.

    Sem que nisso a desgoste ou desenfade,
    Quantas vezes, senguindo-lhes as passadas,
    Eu vejo-a, com real solenidade,
    Ir impondo toilettes complicadas!…

    Em si tudo me atrai como um tesoiro:
    O seu ar pensativo e senhoril,
    A sua voz que tem um timbre de oiro
    E o seu nevado e lúcido perfil!

    Ah! Como me estonteia e me fascina…
    E é, na graça distinta do seu porte,
    Como a Moda supérflua e feminina,
    E tão alta e serena como a Morte!…

    Eu ontem encontrei-a, quando vinha,
    Britânica, e fazendo-me assombrar;
    Grande dama fatal, sempre sozinha,
    E com firmeza e música no andar!

    O seu olhar possui, num jogo ardente,
    Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo;
    Como um florete, fere agudamente,
    E afaga como o pêlo dum regalo!

    Pois bem. Conserve o gelo por esposo,
    E mostre, se eu beijar-lhe as brancas mãos,
    O modo diplomático e orgulhoso
    Que Ana de Áustria mostrava aos cortesãos.

    E enfim prossiga altiva como a Fama,
    Sem sorrisos, dramática, cortante;
    Que eu procuro fundir na minha chama
    Seu ermo coração, como a um brilhante.

    Mas cuidado, milady, não se afoite,
    Que hão-de acabar os bárbaros reais;
    E os povos humilhados, pela noite,
    Para a vingança aguçam os punhais.

    E um dia, ó flor do Luxo, nas estradas,
    Sob o cetim do Azul e as andorinhas,
    Eu hei-de ver errar, alucinadas,
    E arrastando farrapos - as rainhas!

    Cesário Verde

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