terça-feira, 7 de junho de 2011

Leituras Potiguares: "As Pelejas de Ojuara"



Roland Barthes afirma que, caso algum excesso de “socialismo ou de barbárie” excluísse todas as disciplinas do ensino, exceto uma, a literatura é que deveria ser salva, já que todas as ciências estariam presentes no monumento literário. Com efeito, a "literatura faz girar os saberes" e com o romance potiguar “As pelejas de Ojuara” é possível aprender muito sobre o que Bakhtin chama "alegre relatividade do mundo".
"As pelejas de Ojuara" é um romance escrito por Nei Leandro de Castro, autor norte-rio-grandense do sertão do Seridó, e cuja primeira edição remonta ao ano de 1986. Mas não é um simples romance de aventuras que bebe nas fontes da literatura popular nordestina: é uma leitura excitante. Em poucas palavras, trata-se da narrativa das aventuras de Ojuara pelos territórios do Rio Grande do Norte, em data incerta. Seu protagonista, um pacato cidadão – Araújo – um dia “morre” para fazer nascer Ojuara, o aventureiro que sai a percorrer o mapa do elefante, que conversa com os filhos do Demo, que voa com o Pavão Misterioso, que vence a ardilosa Mãe de Pantanha, que doma Boi Mandingueiro, que improvisa repentes, que aprecia uma boa “talagada”, um bom “fuzuê” e uma boa “chambrecagem”.
Independentemente da notoriedade que adquiriu com a filmagem de Moacyr Góes, com produção de Lucy e Luis Carlos Barreto ("O homem que desafiou o diabo"), é leitura obrigatória para quem gosta de aprender algo a mais sobre esse mundão de Deus (e do Diabo), e, de preferência, com o prazer do riso.

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