Natal, para alguém que está chegando por essas bandas do Potengi, é uma cidade que logo se anuncia como todos dizem por aí – uma mistura de provinciana com cosmopolita, de um prosaísmo local e muito peculiar misturado a uma cosmovisão do humano no que de mais demasiado e universal. Para além do encontro entre Jorge Fernandes e Manuel Bandeira, para além da recente nova comuna em prol do "xô, inseta!", para além de Zé Areia versus american way, Natal é essa mistura de cores e tons, do mais requintado ao mais desafinado.
Natal cidade, uma complexidade só!
Um caso, por exemplo: o Buraco da Catita, charmoso bar no bairro da Ribeira.
Gostei de lá desde a primeira vez. Ambiente legal, comida legal, som legal. Mas como namoro antigo e encruado, comecei a perceber os abusos. O mais grave de todos, certamente – apropriar-se do espaço público em função de interesses particulares.
Colocaram uma mureta disciplinar (olha aí os corpos dóceis sob o controle do espaço, Foucault!) e um porteiro para cobrar o nobre “pagamento dos músicos” e simplesmente fecharam a rua. O que querem mesmo é acabar com a concorrência “desleal” dos ambulantes que vendem cerveja tão gelada e não cobram couvert. O pior de tudo era a pulseirinha para colocar no pulso, como algema de parque aquático. Exceto pelos músicos, preciso dizer sobre a mentalidade da casa que esta atitude expressa: um horror!
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