segunda-feira, 9 de abril de 2012

POEMETOS PÓS-PÁSCOA

-I-

TODAS AS MANCHAS DE MOFO
ENCRUSTADAS NA PAREDE DO QUARTO
TESTEMUNHARAM NOSSO FIM.
RARO, SEMPRE, É O SIM!
POR ISSO
SIGO
SEM ASSOMBRO,
SEM ABAFO,
SÓ EM MIM.
AI DE MIM, JANDUÍ!
AI DE MIM, SÃO JOSÉ!
NUVENS DE CETIM,
FRUTA COLHIDA NO PÉ!
O TETO, O VENTILADOR,
A CAMA EM QUE DEITO DE QUATRO,
ELES VIRAM NOSSO FIM
QUE FINDOU EM MANCHAS DE MOFO
DA PAREDE DESTE QUARTO.

- II-
DECIDI:
VOU VIRAR SEU ABISMAL
E SER ABISSAL
LONGE DE TI...
AQUELE MONSTRO INFERNAL
VIRAREI EU
PARA DEIXAR DE EXISTIR.
COM CARAS E CARRANCAS,
CARETAS E CARRAPETAS,
ENTORTAREI O QUE ERA EIXO
DERRUBAREI EQUILÍBRIO DE DEVIR.
EU VOU, SIM, EU VOU
VOU VIRAR ÁGUIA INSUSPEITA
VOANDO O QUE AINDA HÁ DE VIR.
VIRANDO INCERTEZA,
VIRADA NO MUNDO,
ESQUECIDA DE TI.

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